domingo, 16 de outubro de 2011

O PAPEL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA MEDIAÇÃO NO UNIVERSO LÚDICO DO BRINCAR



O PAPEL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA MEDIAÇÃO NO UNIVERSO LÚDICO DO BRINCAR

1 Professor: um promotor e mediador nas brincadeiras
As escolas de educação infantil de hoje, tornou-se um lugar onde as crianças passam boa parte do seu tempo, no entanto, esse tempo está destinado ás atividades propostas pelos adultos, o que faz com que a criança comece a enxergar a escola como lugar de trabalho e não de aprendizagem ou de ludicidade.
Nesse contexto, cabe ao educador o papel de acompanhar as atividades, bem como promover oportunidades em que a criança possa se desenvolver. Através da organização do espaço, da disponibilização de objetos para a criança e materiais que possam enriquecer o espaço da sala de aula e torná-lo um ambiente lúdico e de aprendizagem por meio também de brincadeiras.
A utilização do brinquedo pode ser satisfatória, pois estimula a representação e expressão das crianças, podem inclusive serem construídos, adaptados ou estruturados. Permitir à criança explorar o seu imaginário, é trabalhar as áreas cognitivas em desenvolvimento, é utilizar a criatividade da criança para alcançar maiores resultados de aprendizagem.
O professor também pode contar com brinquedos industrializados que já trazem proposta de brincadeiras. Brinquedos como carrinhos, bonecas, móveis e joguinhos com regras, sendo é claro previamente estabelecidos os critérios, aprendidos a adaptados aos interesses e necessidades dos participantes. Nesse caso, é preciso estar atento a possíveis problemas de fabricação. O que exigirá conhecer o brinquedo com antecedência, experimentar as regras e as dicas dadas pelos fabricantes para tornar o jogo, por exemplo, mais emocionante e envolvente.
O professor e professora de educação infantil em quanto promotores e mediadores da aprendizagem, possuem este papel de estimular a construção, ensinar a aprender a construir brinquedos. Não se trata de uma transformação da sala de aula em ambiente teórico, mas torná-la prazerosa e desafiadora.
Nesse aspecto é de suma importância um planejamento, pois planejar brincadeiras e jogos considerando a realidade de espaço disponível contribui para o sucesso da brincadeira e até para ampliação dessas atividades e do número de crianças participantes.  
2  A prática e a necessidade de uma formação mais abrangente e unificadora
A necessidade de uma formação mais abrangente e unificadora para profissionais, tanto de creches como de pré-escolas, e de uma reestruturação dos quadros de carreira que levem em consideração os conhecimentos já acumulados no exercício profissional, bem como possibilite a atualização profissional. Em resposta a esse debate, a LDB dispõe no título VI art. 62 que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Em dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei nº 9394/96 reafirma essas mudanças e estabelece de forma incisiva o atendimento às crianças de 0 a 6 anos, estabelecendo dois níveis de educação: Educação Básica e Educação Superior, inserindo a educação infantil na primeira etapa da Educação Básica e estabelecendo um prazo de três anos a contar da publicação dessa Lei para sua efetiva aplicação (BRASIL, 1996).
Além de enfatizar a gratuidade do ensino, a LDB (BRASIL, 1996) pretende qualificar esse processo tornando obrigatório que a docência seja exercida por profissionais graduados em cursos superiores. A lei inclui também disciplina de Educação Física no currículo da educação básica, ajustando-a as faixas etárias e às condições da população escolar.
Assim, ao falar sobre os educadores físicos é preciso fazer uma ressalva a respeito da lei nº 9696/98, que regulamenta a profissão de Educação Física, nela está disposta que unicamente os profissionais devidamente registrados junto aos Conselhos Regionais de Educação Física (CREF) estão aptos á atuar legalmente como educadores, neste campo, cabendo as seguintes atribuições:

... coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos na área de atividades físicas e do desporto (BRASIL, Lei nº 9696/98, art 3°).

Isto gera uma reflexão maior sobre a função de um profissional qualificado atuando neste nível. O que torna possível compreender que além do professor de sala outros profissionais podem está envolvidos em atividades lúdicas visando à aprendizagem dos alunos. Devendo ter a habilitação necessária para o exercício da função.
Mas, o mais importante é entender que o local de trabalho é o espaço ideal para a formação continuada. Neste sentido o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) reserva a todos os professores da área infantil um espaço para a supervisão pedagógica, de modo a realizar um planejamento estratégico, estudos sobre temas variados, organização e planejamento da rotina, do tempo e atividades e outras questões relativas ao processo educativo.
Apesar da diversidade de estudos sobre a importância do brincar no processo de aprendizagem, ainda é difícil para a maioria dos professores levarem esta realidade para o âmbito escolar. Mas afinal, como levar o brincar para a sala de aula? Como converter a “bagunça” em trabalho produtivo? A rigor, não temos respostas prontas para dar. Isto está em discussão em toda parte.
Precisamos sim repensar velhos problemas ou novas dúvidas que coloquem em outro prisma preocupações não resolvidas em educação envolvendo pais, estudantes, assistentes sociais e, sobretudo, professores.
Desta forma, observamos em relação à prática docente que o professor continua definindo estratégias didáticas pouco lúdicas, pois o brincar ainda apresenta resquícios de perda de tempo, pois o professor não pode parar, tem que dar conta de ensinar o programa estabelecido para a sua turma.
Para Freire (1997), a melhor forma de construir sua aprendizagem é brincando, pois é na brincadeira que a criança faz suas descobertas e vivencia situações de aprendizagem com prazer. Brincando que a criança vai se tornar um adulto criativo, um adulto competente, querendo ou não. Quando ele chegar à fase adulta, por exemplo, um bebê que não passe pela fase de engatinhar, que também faz parte do processo de brincar, não vai ter um processo de grafia boa. A criança que não simboliza na hora de brincar, na educação infantil vai ter dificuldades com a leitura. Então, várias coisas que aparecem dentro do brincar são a base para novos aprendizados posteriormente.
É através do brincar que virá o prazer pela escola, é pelo brincar que acontecerão as melhores socializações entre as crianças. É no brincar que o desenvolvimento psicomotor acontecerá. É nesse ato que as possibilidades de criação e simbolismo impulsionam e avaliam o desenvolvimento infantil, pois são vinculados com a realidade da criança.  É um instrumento facilitador no processo de aprendizagem, capaz de tornar a aprendizagem mais prazerosa, menos cansativa para a criança.
Brincar é o principal meio de aprendizagem da criança. Ela gradualmente desenvolve conceitos de relacionamento casuais, o poder de descriminar, de fazer julgamentos, de analisar e sintetizar, de imaginar e formular. Ou ainda, pode ser simplificada nas seguintes palavras de Ferreiro (1988): “brincar é divertir-se e entreter-se infinitamente em jogos de criança”. O ato de brincar não é somente “o brincar”, mas sim o que ele representa para quem brinca. O brincar está em uma dimensão valorizada, abrangendo crianças e adultos, elevando-os a patamares ainda maiores pelo brincar e representando a necessidade de conhecer, construir e de se descontrair, em um mundo real ou simbólico.
 A Educação Infantil vem se constituindo enquanto espaço de inúmeras             discussões; a cada dia cresce o número de trabalhos que se propõe a refletir sobre essa fase. Mas infelizmente ainda encontramos muitas lacunas no modo como essa educação vem sendo desenvolvida na prática. Mas é possível listar algumas alternativas que possibilitem o professor dar alguns passos em direção a um ensino de qualidade, já que desde a Educação Infantil podemos auxiliar na formação de cidadãos menos individualistas e mais críticos e participativos na sociedade.
 Para conseguir esses objetivos é preciso concordar que os professores devem estar em permanente formação, pois assim terão a oportunidade de “construir” e “reconstruir” suas práticas pedagógicas. É preciso que os profissionais da Educação Infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área da Educação Infantil e da cultura em geral, para repensarem suas práticas, se reconstruírem enquanto cidadãos e atuarem enquanto sujeitos da produção de conhecimento. E para que possam, mais do que “implantar” currículos ou “aplicar” propostas à realidade da creche/pré-escola em que atuam, efetivamente participar da sua concepção, construção e consolidação.

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Um comentário:

  1. DE ARLETE OZORIO P/ MEU E-MAIL:
    "Maravilhoso esse assunto: " O PAPEL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA MEDIAÇÃO NO UNIVERSO LÚDICO DO BRINCAR". É muita cobrança para as crianças sair alfabetizadas na educação infantil. Com isso os professores estão deixando de lado o trabalho com o lúdico e as crianças estão cansadas, ficam inquietas e logo são rotuladas como indisciplinadas. São crianças! Precisam do movimento como a psicomotricidade, brincar, correr, jogar..."
    (Arlete Ozorio)arletemmendes@hotmail.com
    QUE LEGAL GOSTEI!

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